26 de out. de 2010

Inspiração ou Plágio?

Um assunto muito comentado esse mês na roda dos “criativos das agências” ou pessoas interessadas em comunicação e design, foi o processo que a agência África estaria sofrendo em função de uma peça gráfica criada para a campanha Happy Drive que divulga o carro Grand Vitara, da Suzuki, ser plágio de uma ilustração do Designer Mico Toledo.
Segundo noticiou a mídia, Mico Toledo, um designer que trabalhou na Leo Burnett de Lisboa e foi Young Criative no Festival Internacional de Publicidade - Cannes Lions em 2009 -, é proprietário atualmente de um site que publica imagens interpretando trechos de músicas de artistas famosos, como The Beatles, Radiohead, Elton John, entre outros.
A proposta de Mico Toledo é publicar a cada semana uma nova interpretação, deixando todas as imagens disponíveis para download no site.
Essas imagens criadas por Mico são distribuídas como papel de parede para iPhone.


Como podemos analisar, é difícil não perceber semelhanças entre as peças.

Nesses meus anos de atuação no mercado de Comunicação e Design, tenho visto de tudo. São poucos os profissionais com trabalhos originais, parece que tudo já foi feito. E é nesse momento que muitos inserem em suas criações elementos, idéias (quando não copiam tudo) tomando para si referencias do que já foi feito.
Não sou contra pesquisas de referências, acho fundamental alimentarmos sempre o nosso repertório visual, mas algumas coisas parecem não ter limites.
Exemplificando o assunto desse post, V-Urban selecionou alguns trabalhos para serem analisados. Resta-nos a pergunta “inspiração ou plágio”?

Ogilvy Mather, UPS e Ryan Johnson 
A ação de guerrilha realizada para UPS, empresa de entregas expressas, foi criada com o objetivo de mostrar a velocidade dos seus serviços.
Foram produzidas várias peças em madeira, que ilustram uma pessoa em alta velocidade. A ação foi criada pela agência Ogilvy & Mather.
A peça promocional é indiscutivelmente parecida com a obra do artista Ryan Johnson.

Peça Promocional aplicada

Peça Promocional e Obra de Ryan Johnson

Peça Promocional e Obra de Ryan Johnson

Inspiração ou Plágio?

Absolut 
Em 2009 a TBWA / Chiat / Day, criou para a Absolut um anúncio viral com o slogan "Fazer algo diferente leva a algo excepcional."
Na época discutiu-se a semelhança com – “I Have Learned in My Life So Far”, projeto do designer gráfico Stegan Sagmeister.
Sagmeister já trabalhava com a idéia de dobrar materiais incomuns, brincando com a tipografia. O designer trabalhava explorando e aperfeiçoando a ideia.
Porém, sabe-se que um grupo de ex-alunos do estúdio de Sagmeister também estavam fazendo trabalhos semelhantes. 








Inspiração ou plágio?

Catálogo de inverno da Uncle K 

O catálogo de inverno criado para a marca Uncle K em 2009, mostra similaridades com o trabalho de vários artistas presentes no livro Tactile, de Robert Klanten

Capa do livro Tactile, de Robert Klanten

Página do livro Tactile, de Robert Klanten

Página do catálogo de inverno criado para a marca Uncle K

Página do livro Tactile, de Robert Klanten

Página do catálogo de inverno criado para a marca Uncle K

Inspiração ou Plágio?

AT & T, Christo e Jeanne-Claude A BBDO criou para a AT & T um comercial intitulado "Repensar Possível", onde a mensagem é passar que a empresa é a melhor e possui a maior cobertura.
Muito se discutiu sobre a campanha, comparando-a com o trabalho dos artistas Christo e Jeanne-Claude.
Na campanha as pessoas são vistas cobrindo a América com tecido laranja. Semelhança inegável com a instalação dos artistas produzida em 2005 chamada "The Gates" e montada no Central Park.






E aí? Inspiração ou Plágio?
 

(por Júlio M.Silva)

2 comentários:

  1. PLÁGIO !

    Eu tenho essa opinião rigida justamente por quê já me peguei plageando outras idéias. É engraçado, talvez devesse até virar um tema de estudo sobre comportamento do ser humano. Acho completamente normal um ser humano querer plagear obras, idéias e etc ...
    Afinal se você gostou, você vai no minimo querer que tivesse sido seu, isso envolve uma fantasia interna de cada um, uns plageia e guardam para si, outros expoem.
    Acho errado, mas normal. Mais errado ainda grandes nomes plagearem.

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  2. Depende!

    Eu acredito que a propaganda bebe de muitas fontes, entre elas: literatura, cultura popular, arte e, ás vezes, a própria propaganda. E justamente por muita gente beber da mesma fonte o resultado pode ser muito parecido. Nos casos acima, eu penso que não se configuram "plágio" por terem sido extraídos da arte para publicidade, mas também não é original. Com isso, quero dizer que tais agências apenas reciclaram ideias já concebidas de maneira a dar novo significado ou uso para elas. Eu acho plágio um caso que aconteceu com a WMcCann - a agência criou um anúncio que brincava com a sombra das letras do alfabeto que formavam a sombra de um rosto de criança – essa técnica de formar sombras pertence a artista japonesa Kumi Yamashita. Bom, até aqui tranquilo. Acontece que outra agência em outro lugar do mundo já tinha criado anúncios com a mesma produção das sombras. Tanto que se colocássemos o trabalho da WMcCann, o da outra agência - que não me vêm o nome mas no Adsoftheworlf consta -, e o trabalho da artista japonesa, veremos três coisas exatamente iguais. Sem brincadeira! Por isso, EU considero da parte da outra agência, uma releitura da obra da artista e da agência brasileira plágio. Outro caso é a premiadíssima campanha da Almap pela Escola Panamericana de Arte. Com o conceito “Até onde vai sua criatividade” foram criadas peças em que as pessoas tinham que terminar de desenhar objetos da maneira mais criativa possível. Contudo, pouca gente sabe que esta é uma técnica usada, há tempos, numa escola de criatividade dos USA para testar seus alunos aplicando estes testes de criatividade. E aí, plágio ou inspiração? Na minha opinião, nenhum dos dois. Nem plágio, por não ser propaganda a fonte e nem inspiração por não ser algo originalíssimo. Enfim, acredito que para se criar publicidade criativa devemos procurar beber de fontes desconhecidas e mais diversas possíveis, prestar atenção nas pessoas e viver bem-informado sobre o que está sendo feito por aí. Só assim, a propaganda não corre o risco de ser plágio e o criativo de viver de inspiração – o que não é possível com o mercado de hoje em dia.

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