7 de out. de 2010

São Paulo mudando...


Estava eu, rumo ao aeroporto de Cumbica para uma viagem em fim de férias. Resolvi não ir de táxi e testar o Airport Bus Service. Meu vôo era às 12h25, portanto precisava de qualquer maneira estar no aeroporto uma hora antes. Pequei o ônibus executivo por volta das 9h50 e confesso, estava extremamente preocupado em não conseguir chegar. A expectativa era de 1h20 até o aeroporto, mas cheguei em apenas 35 minutos. No caminho resolvi trocar a música do meu mp3, porque o eletrônico me deixava mais ansioso. Músicas selecionadas dos últimos cds de Corinne Bailey Rae e Sade me acalmaram e me fizeram ver a nova marginal.

Marginal Tietê
Graças a ela é que em plena 10h15 minutos o ônibus corria livre e eu podia ver os novos canteiros e a quantidade de árvores plantadas. Pensei comigo, que daqui a cinco ou dez anos as árvores vão dar outro tom à marginal, além dos projetos, que ainda não saíram, mas como sou otimista, sairão do papel e livrarão o rio daquela poluição toda. Pensei em São Paulo e de como e esta cidade está mudando.
Segundo um estudo da PriceWaterhouseCoopers as perspectivas parecem boas pelo menos no que diz respeito a economia, consumo e cultura.
Logomarca PWC
 Segundo a PWC, São Paulo ganhará 2,1 milhões de habitantes nos próximos 15 anos e atingirá a cifra de 21,4 milhões de pessoas. Porém, no mesmo período, a região vai praticamente dobrar o PIB para 782 bilhões de dólares em paridade de poder de compra, o que a colocará na posição de sexta metrópole mais rica do mundo, quatro colocações acima da atual.
O mais interessante é a maneira como essa riqueza deve se distribuir. Na perspectiva dos consultores da PrincewaterhouseCoopers está o substancial aumento do número de pessoas com renda per capta acima de 4.500 reais por mês, a faixa mais alta realizada na pesquisa.
A consultoria estima que São Paulo tenha atualmente 4,5 milhões de pessoas nessa categoria. Em 2025, serão 9,5 milhões de habitantes na mesma situação. São Paulo contará então, com mais gente com esse potencial de consumo do que Paris e Londres, duas das mais ricas e sofisticadas capitais do mundo. Porém, a cidade continuará tendo mais pobres que Paris - que, estatísticamente, já não tem população de baixa renda, situação atual de 22% dos paulistanos. De qualquer forma, se as projeções da PWC se confirmarem, os próximos anos serão marcados por uma intensa mobilidade social na região.

Do ponto de vista do consumo, as transformações devem ter impactos brutais. A classe média vai se fortalecer, com a vantagem de que o maior crescimento será exatamente nas faixas de renda mais altas, afirma a economista e coordenadora do estudo Yel Selfin, da PWC, em Londres.
O setor imobiliário é um dos que mais devem se beneficiar caso o cenário projetado se concretize. A casa conectada, em que o morador consegue comandar remotamente os sistemas de iluminação e som, será uma realidade muito difundida em 15 anos. E o entretenimento pela internet, como os filmes sob demanda, também deve se desenvolver muito nos próximos anos.

O fato é que a ascensão de renda da população de São Paulo abre oportunidades em praticamente todos os segmentos, desde o de comidas prontas até o de produtos de luxo. Os 4,5 milhões de pessoas que vão entrar na faixa de renda acima de 4 500 reais são candidatos a alimentar os setores de serviços e produtos sofisticados.

O setor aéreo é outro que deve ser beneficiado nos próximos anos. O número de passageiros de avião deve triplicar em São Paulo e no Brasil até 2025, porque depois de móveis, eletrodomésticos e carro, a viagem a turismo é a maior ambição do brasileiro.

Com isso tudo é inevitável uma grande transformação também na qualidade dos serviços públicos e nas vias públicas, na arquitetura e urbanismo da cidade. 

Novo: Imagem projetada do Complexo Cultural Teatro de Dança na antiga rodoviária da Luz (já está em construção) 
O estudo compara ainda a história de São Paulo e Nova York e que a primeira deve repetir com 20 anos de atraso a trajetória da segunda. Particularmente acho que já entramos na rota, porque hoje São Paulo já faz parte do circuito cultural das grandes exposições que são montadas no mundo, ou seja, vai se consolidar como trajeto cultural.


Exposições de Matisse e Haring em SP confirmam rota mundial de cultura
A Gastronomia cada vez mais ampla, com restaurantes e comidas do mundo todo já é polo de negócios e grandes marcas e grifes internacionais já possuem lojas por aqui.

Restaurante Dom - 18 melhor do mundo
O único problema é que São Paulo está também se tornando uma das cidades mais caras do mundo. Mas, apesar disso,eu quero é ficar por aqui e ver todas estas mudanças, circulando ou não pelas arborizadas marginais. 

(por Vitor Costa)











3 comentários:

  1. Eu amo SP! E e verdade. A Nova Marginal faz a diferença! Em breve estará obsoleta! Mas esse e o ônus de morar nessa cidade vibrante!

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  2. O amor por São Paulo é praticamente indefinido... O que me enriquece e me faz feliz dentro desse mundo de cores, formas e sons é saber que estou motivado para decifrar todos os dias as pessoas e seus atos dentro de onde vivem, sobrevivem e convivem. Sair de São Paulo, no no no...RS

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  3. Gostei do texto, mas não sou lá tão otimista assim. A Nova Marginal ao meu ver é um erro, nenhuma capital do mundo atualmente está concretando margens de rio, ainda mais em um lugar onde existe o problema da enchente, as novas pistas estão lá e ficarão por anos, é muito difícil reverter para um parque ou uma área de lazer um dia à beira do Rio. Além de ser um projeto rodoviarista, outra coisa já ultrapassada há muito tempo, é colocado muito dinheiro em vias para carros para solucionar problemas caros a curto prazo ao invés de se investir em transporte público de qualidade, visto que o metrô de SP é um dos menores do mundo, e em relação ao tamanho da cidade essa diferença é ainda mais ridícula. É preciso também pensar nessa valorização com inclusão, nenhuma cidade dá certo sem diversidade populacional, SP tem esse potencial principalmente no centro, que é pouco explorado pelo governo, onde há prédios abandonados que poderiam servir de habitação social. Temos vários problemas também relacionado à qualidade de vida... mesmo quem mora em áreas nobres não têm opções de lazer ao ar livre, não pode praticar esportes, não existe ciclovias, áreas verdes em geral são poucas e insuficientes. Outro problema é a "carrocracia" que ainda impera em SP, não há espaço para pedestre, ciclista ou transporte público, o que incentiva as pessoas a se locomoverem de carro, levando o sistema ainda mais rápido ao colapso. Espero que São Paulo vença a barreira da euforia com seus números e comece a pensar nesses problemas. O futuro está nas grandes cidades, e em um mundo concorrido como o nosso, más decisões como Nova Marginal, canalização de rios, aumento de malha viária e entre várias outras, pode nos fazer perder o posto de principal cidade no Brasil.

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