20 de nov. de 2010

O peso de se comer

Você é o que come é uma frase bastante realista e que já faz parte do inconsciente coletivo, mas a frase você conhece as vítimas do que você come? é algo que aos poucos vem se revelando e denunciando os abusos por trás dos prazeres da carne, da soja, do milho, e até da delicia chamada chocolate. Ai, você deve estar pensando: Pronto, mais um chato de plantão falando sobre o politicamente correto, termo que tenho verdadeira repulsa. Na verdade, este post é bastante democrático, assim como V-Urban. Você lê, consome, gosta se quiser. E o fato relevante é conhecer, ter a informação, independentemente do que vai fazer ou não com ela.

Voltando ao objeto deste post, V-Urban trouxe três opções de documentários sobre o que se passa por trás da indústria alimentícia. Dois deles são bastante novos: “Food Inc.” e “The dark side of Chocolate”. O outro já é comercializado pelo Instituto Nina Rosa, “ A carne é fraca” há alguns anos.

Food Inc.



No mesmo dia em que V-Urban postou sobre o filme “A rede social”, recebeu uma mensagem no facebook do amigo Murilo Arruda, sobre este novo documentário chamado Food Inc. Sempre curiosos, resolvemos assistir. Food Inc. vem denunciar explicitamente como se comportam os Conglomerados do segmento alimentício e o que fazem para produzir os alimentos que chegam aos supermercado desde como os animais “para fins industriais” são criados e abatidos até a produção de soja geneticamente modificada e o irresponsável uso do milho em praticamente tudo o que consumidos como refrigerantes, yogurtes, etc. Mas é chocante quando o documentário denuncia o uso do milho associado ao uso de hormônios na alimentação do gado. Ainda sobre o gado, são criados e deixados em espaços mínimos de circulação comendo e vivendo nas próprias fezes e quando abatidos, sua carne se mistura aos escrementos gerando alimentos já infectados causando sérios impactos à saúde, como contaminação por E.Coli, além do aumento da incidência de obesidade e diabetes. A maneira como os porcos são abatidos em maquinários também é de arrepiar até os mais insensíveis.

Sobre o frango, é impactante ver como são criados e alimentados com hormônios de crescimento. Como exemplo, o frango comum fica adulto em três meses enquanto que nos galinheiros industriais em 40 dias está pronto para o abate. E a mão de obra feita por latinos e sem relações trabalhistas. Sobre as sementes, os fazendeiros sofrem uma verdadeira perseguição da empresa Monsanto que, com forte ameaça , tenta manter o monopólio de sementes geneticamente modificadas.

Food Inc. aponta que o consumidor deve pressionar a indústria e as cadeias de supermercados por mudanças e optar pelos orgânicos e alimentos produzidos localmente, por pequenos produtores. Porém, as grandes indústrias, de olho nesse movimento, também estão comprando orgânicos com fins simplesmente lucrativos.
Finalizado em 2010, Food Inc. ainda não foi lançado nos cinemas brasileiros.


Chocolate

Se você acha que o cacau produzido para fabricar o chocolate que você tanto ama vem da Bahia estava enganado. Na verdade vem da África, mais especificamente da Costa do Marfim , país que é hoje maior produtor mundial de cacau, respondendo por cerca de 42% da produção mundial.


O documentário “The dark side of chocolate” vem abordar que a produção e colheita desse produto é feita pelo trabalho escravo de crianças que são traficadas de outros lugares do continente. Empresas como Nestlé, Barry Callebaut e a Kraft compram esta produção e quando procuradas pelo premiado jornalista dinamarquês, Miki Mistrati, se negam a colaborar. Estas mesmas empresas assinaram em 2001, o Protocolo do Cacau, sobre a erradicação total do trabalho infantil e obviamente não cumprem.

Cenas das crianças trabalhando, de uma garota que é resgatada antes de ir para as fazendas e de dois meninos fugitivos emocionam. E é ai que você pensa no peso que está por trás do prazer de se comer um alpino, um suflair ou um diamante negro.

O documentário se encerra quando Miki leva cenas da produção e as projeta em frente à Nestlé na Europa. Miki é preso.

“O lado negro do chocolate” (2010) não chegou ainda aos cinemas brasileiros.



A carne é fraca.

Produzido pelo Instituto Nina Rosa, que combate a tortura e o uso de animais pelas indústrias seja e alimentos ou farmacêutica, o documentário aborda os impactos ambientais e de saúde no consumo da carne.


De forma bastante realista, o documentário mostra toda a trajetória da carne antes dela chegar ao prato do consumidor. A abordagem sobre o abate do gado é um dos focos de atenção da produção que coloca também através de uma comparação que se colocarmos uma criança junto com uma galinha e uma maçã em um quarto, a criança se estiver com fome, vai provando assim que comer carne para humanos não é instintivo como muitos defendem.




O documentário está a venda através do site do instituto e custa R$ 15,00.


(por Vitor Costa)

Um comentário:

  1. Adorei a forma como abordou o tema, parabens! Tem meu total apoio, so nao consigo entender como tantas pessoas ainda nao se mobilizaram. Vamos la, eu acredito em um mundo melhor ;)

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